Thursday, October 12, 2006

J.

Tinha que ser. Mais ou mais cedo tinha que ser. Os meus sentimentos teriam inexoravelmente de vir parar aqui, prostrados na forma de palavras. Na semana passada conheci uma mulher [J. de seu nome e estrangeira por sinal] que teimo em não esquecer. Estou frustrado. Não me deixo levar facilmente por emoções. Mas esta deu-me a volta por completo. A sensação mais estranha e deveras intrigante, foi ter dado por mim a acordar a meio da noite a sonhar com ela. Nem sei bem o que eu vi nela. Talvez a forma [era brutalmente atraente], de certeza a forma. Não a simpatia [impenetrável] e ainda menos a proximidade física. [vive noutro continente]. Ainda revi as fotos em jeito de suspiro. Recordo as curtas conversas, mas a influência etílica sobre a qual as mantive, não ajuda nada. Recordo-me [you’re so different when you’re smiling]. Falei muito mais com a amiga, do que com ela própria. A amiga, bem se justificou da sua distância [problems…with life, with herself]. Problemas temos nós todos, respondi-lhe eu [life is tremendously challenging]. As amigas costumam ser óptimos veículos para perscrutar a vontade daquelas que desejamos. Ela bem me empurrou para a amiga [go and talk to her]. Foi então que as inúmeras pessoas que me conheciam e que naquele momento partilhavam aquele local fizeram-me vestir um escafandro pesado de mergulho. Nessa altura, o meu andar ficou pesado, a minha visibilidade turva da imensa lama que levantava quando tentava caminhar, os meus movimentos lentos do enorme peso da água. Fiquei parado. Recordo-me do seu sorriso quando me despedi. Talvez nunca o veja outra vez.

2 comments:

Anonymous said...

Apesar de não estar nem perto daquilo que podia ser, pensa que na verdade daquilo que sentimos. No bom que é acordar a meio da noite, apaixonado. Com borboletas no estomago. Não é o que podia ser. Mas é tão mais do que nada...

always in the air said...

Há um ditado popular, como muitos outros que tem o seu quê de verdadeiro:
"Atrás de uma montanha, vem sempre outra"
Ora, atrás de uma J. vem sempre outra J., náo te deixes abater... afinal já passate esta.