Thursday, February 22, 2007


Plano B

Recomenda-se "JUROS SIMPLES E COMPOSTOS" (14, 21 e 28 Fev) - Plano B.
Gostei, como já houvera gostado antes deles. Bom humor.

Clássicos Globo

Encontrámo-nos como caloiros do mesmo curso que havíamos de partilhar por uns bons anos. Desde aí, partilhámos para além de muitos trabalhos de grupo [alguns com consequências nefastas], uma boa dose de situações que formaram o lastro da nossa amizade. É um bom lastro. Como bons amigos, partilhámos desde o estado alcoólico mais caótico e decadente, às discussões mais efusivas sobre qualquer tema social, político ou económico. Tivemos ainda tempo para partilhar o mesmo humor, corrosivo e verdadeiramente negro que tantas vezes nos fez chorar de tanto rir. Em jeito de muro de lamentações, confidenciei-te desde as minhas aventuras e desventuras mais recentes, às minhas dúvidas metafísicas e permanentes sobre a lógica do pensamento feminino. Em momentos de incerteza, dei-te ouvidos e aprendi, ao longo destes anos, que os amigos não precisam de estar perto para os termos verdadeiramente ao nosso lado. Que seria de nós sem os Gelados Globo?

Wednesday, February 14, 2007

Uma Foto, Uma Cidade


Férias





Precisei de férias do meu refúgio. Existem ocasiões e não são poucas em que questionamos tudo [ou serei só eu], até o meu blog, até o meu fiel blog. Questionamos a vida, o trabalho, a namorada, o futuro. Passei essa fase nos últimos tempos. Achei por isso que devia tirar férias daquilo que não me apetecia fazer. E não me apetecia partilhar, daí a minha ausência. Ainda vivo, respiro e penso. Estou de volta.

sem título

Vagueei noite fora
Sozinho à tua procura

Procurei-te
à noite nas ruas escuras
nas sombras dos pálidos candeeiros
marcados pela ferrugem e tinta pendente
por entre a solidão nocturna dos jardins
onde os arbustos parecem dormir
senti a noite húmida
senti-me sozinho

Procurei-te
no murmúrio de cafés vazios
de televisões ligadas e balcões de aço inox
na solidão de centros comerciais fervilhantes
no silêncio da minha consciência
sem te ver a ti
continuei

Procurei-te
nas melodias ao vivo
nos bares que tu também gostarias
no turbilhão de discotecas psicadélicas
bêbado de ansiedade
na neblina tabagista de casas dúbias
nos corpos em que ansiava reencontrar o teu
mas não
nunca te encontrei

Procurei-te
nas páginas soltas dos jornais
por entre as críticas de cinema
no glamour de realidades tão diferentes
nos flashes incandescentes de galas nocturnas
sem te ver e sem me ver

Dei contigo sem querer
no silêncio urbano das rodovias ao nascer do dia
no vapor matinal e ritmado das filas de trânsito
nas rádios que ouço
em todas as músicas e noticiários
na frequência que o meu ouvido não capta
tu estavas lá

Dei contigo no cais
por entre a multidão laboriosa e atarefada
que passa em sentido contrário
na azáfama do dia-a-dia
em toda a beleza que reconheço
e com que me cruzo
Dei contigo em mim
para onde quer que olhasse
tu estavas lá

comigo ao lado