Friday, November 02, 2007

O Coração das trevas











Li sobre Conrad quando li Pérez-Reverte, no “Cemitério dos Barcos sem Nome”. Não discuto a qualidade de Pérez-Reverte. Gostei bastante deste livro. Mas gostei sobretudo da tristeza nostálgica de Coy, a mesma que acompanha os homens, pelo menos alguns deles [talvez como eu], mesmo que marinheiros sem barco, nem porto de abrigo. Fiquei intrigado no livro sobre as citações a Conrad, ele próprio um marinheiro. Foi assim que em Conrad conheci Marlow em “O Coração das Trevas”, o inspirador de Benjamin Willard em “Apocalipse Now”.

O livro é irreal na atmosfera que constrói, como se um sonho pesado se tratasse. E sobre os sonhos Marlow diz: “Até parece que estou a tentar convencer-vos de um sonho – tentativa inútil porque o relato de um sonho não transmite a sensação-sonho, aquele emaranhado de absurdos e surpresas, o desespero na angústia de sermos aprisionados, a sensação de sermos presas do inacraditável que é a verdadeira essência dos sonhos…”.

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